- 24 de julho de 2025
Foto: O jogo "Music Drive: Chase the Beat". — Divulgação
Em uma iniciativa inédita no Brasil, o jogo eletrônico “Music Drive: Chase the Beat” chega ao público como muito mais do que entretenimento digital. Desenvolvido por jovens da periferia de São Paulo, o game representa uma nova fronteira entre tecnologia, cultura urbana e representatividade. O objetivo é transformar os games em uma plataforma de divulgação da música independente das quebradas brasileiras.
Produzido pela Salve Games, em parceria com a produtora musical Outlaws, e publicado pela QUByte Interactive, Music Drive é um jogo de ação e combate veicular com inspiração na cultura hip-hop e na estética urbana brasileira. Nele, o jogador assume o controle da dupla Tina, a pilota mais sagaz da quebrada, e Tunner, o atirador mais sangue frio das ruas, em uma missão para recuperar fitas K7 roubadas que guardam músicas inéditas. Tudo acompanhado pelo ritmo de faixas inéditas do rapper NP Vocal, um dos expoentes da cena do rap periférico atual, que também assina a trilha sonora completa do jogo.
A trilha conta também com participações especiais de outros artistas independentes como a cantora e compositora Amabbi.
O lançamento mundial de Music Drive ocorreu em 3 de julho de 2025 e o jogo está disponível para PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch.
Todos os programadores, animadores e designers de Music Drive são moradores de regiões periféricas de São Paulo. O projeto foi idealizado por Alexandre de Maio, jornalista e produtor cultural com longa trajetória em iniciativas ligadas à comunicação e à representatividade.
Com personagens negros no papel central, trilha autoral 100% brasileira, Music Drive representa uma rara interseção entre as narrativas periféricas e o universo gamer que historicamente tem pouca diversidade em seus bastidores e narrativas.
Para além do aspecto lúdico, Music Drive é um projeto cultural e social que busca abrir espaço no universo tecnológico para os talentos das periferias. Ele também levanta uma reflexão sobre quem produz cultura digital no Brasil e como a música urbana pode ocupar novos territórios, como o dos videogames, para ganhar escala e relevância.
“Cresci na Cohab 2 e uma das prioridades foi criar um jogo leve e acessível para que todos possam jogar, independente de ter ou não um console ou computador de última geração”, afirma Guilherme Cândido, desenvolvedor de Music Drive.
Guilherme Cândido, desenvolvedor de Music Drive.
A cada atualização, o game contará com um novo artista já que a história do jogo justamente trata de salvar das mãos de vilões mal intencionados os grandes hits de artistas que despontam. As faixas embalam cada perseguição, cada curva e cada explosão, tudo no ritmo da cultura urbana transformando o jogo em uma plataforma de lançamento de música independente dentro do universo gamer.
Com um estilo retrô poligonal, o jogo resgata a nostalgia de títulos de combate veicular clássicos como o jogo de sucesso “Interstate 76” (1997) e a estética dos títulos do PlayStation 1 (1994). Só que dessa vez o resultado é fruto do trabalho de inclusão digital e representatividade tanto na indústria de jogos como na indústria da música.
Fonte: Alma Preta