21 de novembro de 2024, 03:29:31

Me sinto muito representada por mulheres pretas nos pódios, diz Formiga


Me sinto muito representada por mulheres pretas nos pódios, diz Formiga

Dona de duas pratas olímpicas, Formiga, ex-voltante da seleção brasileira, faz parte de uma geração de mulheres pioneiras no esporte. Em sete participações nos Jogos, ela viu o esporte brasileiro se desenvolver e contar com cada vez mais representantes femininas e pretas nos pódios.

“Infelizmente, ainda estamos lutando contra o racismo, lutando contra esse preconceito em relação às mulheres, mas nada melhor do que ver mulheres pretas num pódio. Seja ela medalha de bronze, prata, ouro… A conquista é hiper importante para nós, mulheres pretas. Nós sabemos o quanto é difícil chegar lá, sabe? Então, estou feliz e honrada, me sinto muito representada por essa mulherada todinha, tanto no judô quanto no vôlei, na ginástica e em todas as modalidades.”

— Formiga, ex-volante da seleção brasileira

Das 23 medalhas conquistadas pelo Brasil em Paris-2024, 13 foram de mulheres ou tiveram participação feminina. Das douradas, 100% de aproveitamento: Beatriz Souza (judô), Rebeca Andrade (ginástica) e Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia).

“Ver essa força feminina nessas Olimpíadas foi fantástico. Isso me faz refletir muito do começo. Eu acredito que, nos dias de hoje, muitas mulheres estão tendo coragem de ocupar espaços onde muitos anos nos foi dito que não era possível a mulher estar ali. E hoje, sim, é possível. Então, cada uma delas está entendendo que esse lugar também nos pertence. E por que não ocupá-los? Dessa forma vamos incentivando tantas outras meninas, que hoje sonham em estar onde eu já estive e onde essas mulheres estão agora”

Na última sexta-feira (7), Rayssa Leal, Rebeca, Bia Souza e jogadoras do Corinthians, medalhistas com a seleção, estiveram no gramado da Neo Química Arena, na abertura do evento da NFL, para a execução do hino nacional.

O momento rendeu um clique na rede sociai da skatista de 16 anos, na qual as mulheres mostram suas medalhas.

“Eu via os meus tios falando, às vezes, para minhas primas: “Não vai [jogar bola]”. Eu ouvia o vizinho falar para minhas amigas: “Futebol não é para mulher, você tem que ficar em casa”. Ouvia os torcedores, falsos torcedores, na verdade, falando: “Mulher tem que ficar em casa, esquentando a barriga, no fogão, lavando roupa, lavando louça”. Isso não é realidade para as mulheres. A realidade da mulher é a que vocês estão vendo agora, aliás, já há alguns anos. A galerinha dos Jogos de 1996 — e de muito antes — resistiu bastante para que esse cenário aconteça agora. Então, que elas continuem lutando e batalhando para abrir mais espaços”

Seleção de prata em busca do ouro

O Brasil voltou a um pódio do futebol feminino nos Jogos Olímpicos após longos 16 anos. A seleção chegou desacreditada pela torcida, após passar por uma reestruturação no comando a menos de um ano da disputa.

Fonte: Uol


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