- 10 de dezembro de 2024
Foto: Maíta Alves/MIR
Um grupo de 50 estudantes negros brasileiros desembarcou em Cabo Verde para participar quarta edição do Seminário Internacional Caminhos Amefricanos, que acontece na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) até o dia 13 de dezembro. O programa, organizado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), visa fortalecer a cooperação internacional e incentivar a educação antirracista.
Os participantes, que incluem estudantes quilombolas e autodeclarados pretos ou pardos matriculados a partir do 5º semestre em instituições públicas de ensino superior, foram selecionados entre 230 candidatos.
A iniciativa destaca o compromisso com a formação de professores qualificados para lidar com questões étnico-raciais e aplicar a Lei 10.639, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras.
A programação inclui oficinas, mesas de debate, visitas a sítios culturais em Praia, exibição de documentários e oficinas de Crioulo Cabo-Verdiano. Temas como juventude, empreendedorismo, relações étnico-raciais e de gênero estão entre os tópicos das discussões.
Além disso, o seminário busca promover uma troca de experiências entre os dois países, incentivando práticas educacionais que combatam o racismo e valorizem a história afro-diaspórica.
“Finalizar o ano com esta edição reafirma a força do programa em valorizar a história e cultura africana e afro-brasileira na educação do país”, afirmou Luiz Paulo Bastos, diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo, em comunicado ministerial.
No encerramento das atividades, é esperado que os intercambistas retornem ao Brasil mais capacitados para promover uma educação antirracista, consciente e inclusiva, fortalecendo o papel da escola como espaço de letramento racial, de luta contra a discriminação e de transformação social.
Em nota, a pasta da Igualdade Racial diz considerar o programa Caminhos Amefricanos um exemplo de como políticas públicas de combate ao racismo podem transformar a educação e ampliar o reconhecimento das contribuições históricas da África e de sua diáspora para a construção do Brasil.
Fonte: Alma Preta