- 18 de dezembro de 2024
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O mundo comemorou a queda do ditador sírio, mas, paradoxalmente, ignora a tragédia humana no Sudão.
A guerra civil no país africano já ceifou milhares de vidas, deslocou milhões e destruiu a infraestrutura. A imprensa ocidental, responsável por denunciar injustiças globais, permanece surdamente silenciosa.
Essa omissão não é casual. Reflete um racismo estrutural e uma hierarquia de valores que prioriza conflitos no Oriente Médio e Europa em detrimento da África. A vida africana parece ter menos valor. A cobertura seletiva perpetua estereótipos e reforça a percepção de inferioridade.
A guerra no Sudão é complexa, envolvendo disputas étnicas, religiosas e políticas. No entanto, a simplicidade da narrativa ocidental reduz o conflito a “violência tribal” ou “caos africano”, desumanizando as vítimas. Essa abordagem ignora as raízes históricas, políticas e econômicas do conflito.
A imprensa ocidental deve assumir responsabilidade por sua seleção de notícias. A falta de cobertura não apenas minimiza o sofrimento sudanês, mas também impede uma compreensão profunda das causas e consequências do conflito. Isso perpetua o ciclo de violência e ignorância.
A solidariedade internacional é fundamental. Organizações humanitárias, como a ONU e a Cruz Vermelha, trabalham arduamente para aliviar o sofrimento. No entanto, a conscientização pública é crucial para pressionar governos a agir.
É hora de romper o silêncio. A imprensa ocidental deve dar voz às vítimas sudanesas, contextualizar o conflito e promover uma discussão global sobre responsabilidade e solidariedade. A vida africana importa. O mundo não pode continuar cego à tragédia no Sudão.
Fonte: Revista Raça